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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Carta circular 25 de outubro de 2009


Carta circular,
25 de Outubro de 2009.

NADA SABEMOS SOBRE A ESCAVAÇÃO ARQUEOLÓGICA EM PILÕES – PB.

Nós da Sociedade Paraibana de Arqueologia - SPA, que sempre primamos pela clareza de nossas atividades, em respeito às comunidades científicas e a história da arqueologia da Paraíba, sempre tivemos o cuidado em acompanhar e notificar tudo que possa estar se passando em termos de pesquisas e estudos no âmbito da arqueologia no Estado.

Nosso Boletim Informativo, que desde 2006 é disponibilizado mensalmente para todos os associados, parceiros e demais interessados, é o veículo principal que utilizamos para que a história de nossa arqueologia seja registrada para a posteridade e para o conhecimento público. Esse é um de nossos compromissos com a História e a Arqueologia.

Todavia, recentemente uma pequena nota vinculada no Jornal da Paraíba de 21 de outubro de 2009 nos surpreendeu, pois notificava uma escavação arqueológica, que evidenciou urnas funerárias, ocorrendo no município de Pilões, brejo paraibano, pelo arqueólogo Dr. Marcos Albuquerque.

A surpresa não se deu pela descoberta em si, pois sabemos da grande potência arqueológica da região brejeira do Estado, mas sim, pelo fato da descoberta e da eventual escavação não nos ter sido informada anteriormente pelo responsável, para que pudéssemos prestigiar e cobrir os trabalhos deste arqueólogo em solo paraibano. E até mesmo oferecer nossa contribuição às pesquisas no local, uma vez que temos um grande somatório de dados sobre sítios arqueológicos no Estado.

O Professor Dr. Marcos Albuquerque é um dos muitos que recebem mensalmente nosso Boletim, sabe de nosso compromisso e até nos envia e-mails com certa constância, por isso não entendemos o porquê de não nos ter contatado para informar este tão importante achado em território paraibano.

O arqueólogo Dr. Marcos Albuquerque fez parte da primeira “leva” dos que iniciaram a arqueologia de forma profissional no Brasil e, ao longo de 45 anos de atividade profissional, conquistou muito respeito e admiração de todos envolvidos com a arqueologia, inclusive a nossa.

Contudo, esta escavação que está desenvolvendo desde aproximadamente meados do mês de setembro no território paraibano, sem sequer ter comunicado as universidades da Paraíba ou à Sociedade Paraibana de Arqueologia, configura-se em desrespeito ou menosprezo às nossas instituições.

Nossa indignação não é uma questão de “propriedade territorial”, mas sim uma questão de zelo à diplomacia e a educação. Mesmo porque, a área que foi escavada, que se situa na fazenda Santa Cruz, próximo à sede do município de Pilões, nas coordenadas s 06o 52’ 30.9” e w 035o 36’ 25.5”, sob contrato da Companhia Hidrelétrica do São Francisco – CHESF, já detém uma licença do IPHAN anterior, para ações arqueológicas, conferida ao Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da UEPB, através de seu coordenador e vice-presidente da SPA Prof. Dr. Juvandi de Souza Santos, e, pelo menos esta instituição deveria ter sido comunicada ou mesmo convidada para participar dos trabalhos. Uma vez que muito material arqueológico, entre urnas funerárias e artefatos indígenas diversos, está sendo resgatado na escavação e levado para análise em laboratório na UFPE, enquanto o laboratório da UEPB (LABAP) está devidamente equipado e com pessoas capacitadas para tal análise.

È de nosso conhecimento que a escavação em Pilões está licenciada dentro da legalidade jurídica de salvamento arqueológico e até visitamos a estação arqueológica na manhã de hoje, mesmo sem sermos convidados, para avaliar as condições em que estão se dando às atividades, que na ocasião, por ser um domingo, estavam paradas e não havia nenhum responsável na área. O trabalho está sendo muito bem feito, no entanto, como soubemos da ocorrência por outras vias e já em tempos adiantados, não sabemos e nem podemos informar nenhum dado concreto sobre o achado arqueológico de Pilões àqueles que acompanham as atividades arqueológicas da Paraíba através de nossa instituição, além, é claro, de alguns dados controversos recolhidos entre os moradores da região na ocasião de nossa visita.

Imaginamos que os resultados desta escavação são de grande importância, em especial para a Paraíba onde os estudos da pré-história estão ainda em fase tão incipiente. Por isso, lamentamos muito a inesperada omissão do arqueólogo Dr. Marcos Albuquerque junto às instituições paraibanas de interesse direto sobre este achado arqueológico.

Campina Grande, 25 de outubro de 2009.

Prof. Vanderley de Brito


Presidente 2009/2011


Prof. Dr. Juvadi de Souza Santos


Vice-Presidente 2009 / 2011


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