Joias da pré-história
Descobertas na Índia centenas de criaturas de 50 milhões de anos presas em âmbar
Pesquisadores alemães apresentaram na segunda-feira (26/10) uma descoberta que poderia perfeitamente inspirar um filme como "Parque Jurássico".
As criaturas em questão não são do período jurássico (199 milhões a 145 milhões de anos atrás), mas ainda assim antigas o suficiente para acrescentar capítulos inéditos ao conhecimento da pré-história. São cerca de 700 abelhas, formigas, aranhas e outras pequenas criaturas que viveram há 50 milhões de anos.
Morreram aprisionadas em âmbar. E a jazida desse âmbar, descoberta em Cambaia, na Índia, é, muito provavelmente, a maior e mais espetacular do mundo.
"Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS), os cientistas da Universidade de Bonn estimam que os 700 animais são apenas uma amostra do que a reserva indiana pode abrigar. Esses insetos e aracnídeos sobreviveram à extinção dos dinossauros. Viveram em uma época anterior à dos mamíferos.
Morreram aprisionados na resina de árvores que, com o tempo, se transformou em âmbar.
O depósito de âmbar é o primeiro a ser descoberto na Índia e pode ser maior que as estruturas conhecidas em Rússia, Polônia, Ucrânia e Alemanha, os mais importantes conhecidos até então.
O âmbar forma-se quando a leve e pegajosa seiva de árvores solidificase, formando rígidos blocos de resina.
Quando enterrados, eles se transformam numa substância valiosa por sua cor, transparência e beleza natural. A resina produzida pelas árvores tem propriedades antissépticas para proteger a planta contra o ataque de fungos e bactérias, uma característica que também ajuda a preservar insetos ou pequenos animais que ficam presos antes de ela se solidificar.
O depósito foi encontrado nas minas de carvão a céu aberto da região de Cambaia, no noroeste da Índia. De acordo com os pesquisadores, uma análise do âmbar mostra que ele foi formado pela resina de uma família de madeiras de lei tropicais ainda existente no sudeste asiático.
Os animais encontrados em âmbar europeu correspondem frequentemente a cascas vazias porque seu interior, de parte mole, foi dissolvido. No entanto, o âmbar indiano preservou os animais intactos, permitindo aos pesquisadores um estudo mais detalhado.
- Podemos dissolver o âmbar e retirar o animal ainda inteiro - disse Joe Rust, que liderou a equipe responsável pela descoberta. - É como extrair um dinossauro completo do âmbar e analisá-lo em detalhes.
A história de um mosquito pré-histórico que havia acabado de jantar no sangue de um dinossauro antes de ficar agarrado à resina de uma árvore fazia parte do roteiro do filme "Jurassic Park", de 1993, baseado no livro homônimo de Michael Crichton. Na obra, o DNA de dinossauros é recuperado do inseto e usado para trazer os lagartos gigantes novamente à vida.
Rust, no entanto, não acredita na possibilidade de obter material genético dos insetos presos no âmbar indiano.
- Nunca encontraremos DNA ancestral no âmbar. Ele está completamente destruído e deteriora após milhares de anos - explica.
A maioria das espécies no âmbar indiano é de insetos, mas também há pequenos aracnídeos e até fragmentos de plantas. Uma espécie de formiga é de um gênero só existente hoje na Austrália.
Analisando as camadas de carvão de onde o âmbar foi descoberto, concluiu-se que os animais teriam vivido entre 52 e 50 milhões de anos atrás, quando o subcontinente indiano ainda era uma ilha que se movia a uma velocidade de 15 a 20 centímetros por ano em direção a Ásia. A colisão entre estes blocos formou os Himalaias.
Os pesquisadores mostraram que a semelhança das espécies do âmbar e aquelas encontradas na Ásia e Europa acabou com uma teoria, segundo a qual a vida selvagem indiana teria sido a responsável por povoar os outros continentes.
- A Índia ficou isolada por milhões de anos. Após sua colisão com a Ásia, acreditava-se que a fauna da Índia teria conseguido se expandir dali para outra terras - conta Rust. - O que descobrimos nesse âmbar é que os insetos ali contidos tinham grande semelhança com os já existentes na Europa.
Fonte: JC e-mail 4124, de 26 de Outubro de 2010.
Pesquisadores alemães apresentaram na segunda-feira (26/10) uma descoberta que poderia perfeitamente inspirar um filme como "Parque Jurássico".
As criaturas em questão não são do período jurássico (199 milhões a 145 milhões de anos atrás), mas ainda assim antigas o suficiente para acrescentar capítulos inéditos ao conhecimento da pré-história. São cerca de 700 abelhas, formigas, aranhas e outras pequenas criaturas que viveram há 50 milhões de anos.
Morreram aprisionadas em âmbar. E a jazida desse âmbar, descoberta em Cambaia, na Índia, é, muito provavelmente, a maior e mais espetacular do mundo.
"Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS), os cientistas da Universidade de Bonn estimam que os 700 animais são apenas uma amostra do que a reserva indiana pode abrigar. Esses insetos e aracnídeos sobreviveram à extinção dos dinossauros. Viveram em uma época anterior à dos mamíferos.
Morreram aprisionados na resina de árvores que, com o tempo, se transformou em âmbar.
O depósito de âmbar é o primeiro a ser descoberto na Índia e pode ser maior que as estruturas conhecidas em Rússia, Polônia, Ucrânia e Alemanha, os mais importantes conhecidos até então.
O âmbar forma-se quando a leve e pegajosa seiva de árvores solidificase, formando rígidos blocos de resina.
Quando enterrados, eles se transformam numa substância valiosa por sua cor, transparência e beleza natural. A resina produzida pelas árvores tem propriedades antissépticas para proteger a planta contra o ataque de fungos e bactérias, uma característica que também ajuda a preservar insetos ou pequenos animais que ficam presos antes de ela se solidificar.
O depósito foi encontrado nas minas de carvão a céu aberto da região de Cambaia, no noroeste da Índia. De acordo com os pesquisadores, uma análise do âmbar mostra que ele foi formado pela resina de uma família de madeiras de lei tropicais ainda existente no sudeste asiático.
Os animais encontrados em âmbar europeu correspondem frequentemente a cascas vazias porque seu interior, de parte mole, foi dissolvido. No entanto, o âmbar indiano preservou os animais intactos, permitindo aos pesquisadores um estudo mais detalhado.
- Podemos dissolver o âmbar e retirar o animal ainda inteiro - disse Joe Rust, que liderou a equipe responsável pela descoberta. - É como extrair um dinossauro completo do âmbar e analisá-lo em detalhes.
A história de um mosquito pré-histórico que havia acabado de jantar no sangue de um dinossauro antes de ficar agarrado à resina de uma árvore fazia parte do roteiro do filme "Jurassic Park", de 1993, baseado no livro homônimo de Michael Crichton. Na obra, o DNA de dinossauros é recuperado do inseto e usado para trazer os lagartos gigantes novamente à vida.
Rust, no entanto, não acredita na possibilidade de obter material genético dos insetos presos no âmbar indiano.
- Nunca encontraremos DNA ancestral no âmbar. Ele está completamente destruído e deteriora após milhares de anos - explica.
A maioria das espécies no âmbar indiano é de insetos, mas também há pequenos aracnídeos e até fragmentos de plantas. Uma espécie de formiga é de um gênero só existente hoje na Austrália.
Analisando as camadas de carvão de onde o âmbar foi descoberto, concluiu-se que os animais teriam vivido entre 52 e 50 milhões de anos atrás, quando o subcontinente indiano ainda era uma ilha que se movia a uma velocidade de 15 a 20 centímetros por ano em direção a Ásia. A colisão entre estes blocos formou os Himalaias.
Os pesquisadores mostraram que a semelhança das espécies do âmbar e aquelas encontradas na Ásia e Europa acabou com uma teoria, segundo a qual a vida selvagem indiana teria sido a responsável por povoar os outros continentes.
- A Índia ficou isolada por milhões de anos. Após sua colisão com a Ásia, acreditava-se que a fauna da Índia teria conseguido se expandir dali para outra terras - conta Rust. - O que descobrimos nesse âmbar é que os insetos ali contidos tinham grande semelhança com os já existentes na Europa.
Fonte: JC e-mail 4124, de 26 de Outubro de 2010.
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