Iphan: sem rumo, sem prumo
Carlos Azevedo
Antropólogo. Vice Presidente da SPA e Sócio efetivo do IHGP
Não foi do meu agrado a nomeação feita pelo ministro da Cultura Marcelo Calero Farias, de um político veterano (ex -deputado estadual, ex-prefeito de São José de Piranhas e ex-vice-governador da Paraíba) para o cargo de superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no nosso Estado.
Não é um ex-deputado por 11 mandatos (incrível!!!) que tenha experiência necessária para comandar o Iphan local.
O ministro da Cultura deveria saber que um velho político não tem condições de exercer a superintendência de um órgão técnico que visa preservar bens imateriais e materiais. Como por exemplo, o sítio arqueológico Pedra do Ingá, tombado na década de quarenta pelo antigo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Sphan -, atual Iphan.
O ministro da Cultura talvez não saiba, mas para exercer a superintendência de um órgão como o Iphan é necessário muito preparo técnico. Pelo menos dominar leis sobre Preservação do Patrimônio. "Do patrimônio arqueológico pré-histórico à arquitetura do século XX, do mundo material aos bens intangíveis, universos ricos e plurais que são protegidos por legislação genérica e específica, mais sistematicamente a partir da promulgação do Decreto-lei n 25, de 30 de novembro de 1937, e de toda a legislação produzida desde então". (Citado da Coletânea de Leis sobre Preservação do Patrimônio, Iphan, 2006).
Como é que um superintendente (incipiente) poderá dialogar com seus técnicos sem ter esse cabedal? Ora, ora, esse conhecimento não cai do céu num passe de mágica.
Eu, meu caro ministro, que sou técnico na área do patrimônio cultural há quase vinte anos, ainda me considero um eterno aprendiz. Imagine...!!!
Fico muito triste, senhor ministro, de ver o Iphan sem rumo, sem prumo.
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