Por motivo de manutenção dos servidores da UEPB, os números anteriores do Boletim estão temporariamente inacessíveis.
Este é o blog da Sociedade Paraibana de Arqueologia. Contato: sparqueologia@gmail.com

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

A Serra de Bodopitá e seu patrimônio arqueológico


Thomas Bruno Oliveira*

Os inúmeros registros arqueológicos dispersos por todo o território paraibano atestam que sociedades pré-históricas de complexas culturais se estabeleceram na região por milênios. No entanto, pouco se sabe a respeito destes povos, principalmente em se tratando do território onde hoje encontramos a Paraíba, onde as pesquisas em arqueologia ainda estão em amadurecimento. Contudo, o Estado apresenta inúmeras regiões arqueológicas onde existem conjuntos de testemunhos em uniformidade sistemática, nomenclaturados pelos arqueólogos André Prous (1992) como ‘áreas arqueológicas’ e Gabriela Martin (2005) como ‘Enclaves Arqueológicos’.

Um destes enclaves é a Serra de Bodopitá (cadeia de serras que se alonga continuamente por aproximadamente 45km, nascendo, seguindo o sentido oeste-leste, na margem esquerda do riacho Bodocongó, limite municipal entre Caturité e Queimadas, e se estende até a localidade de Serra Velha, que serve de limite territotial entre Itatuba e Ingá), cordilheira que emoldura a face sul de Campina Grande e que seguramente se enquadra neste conceito.

Em 2006, juntamente com o arqueólogo e Prof. da UEPB Juvandi de Souza Santos e o Historiador Vanderley de Brito (ambos da Sociedade Paraibana de Arqueologia), tive a oportunidade de ter como objeto de pesquisa esta cordilheira. Percorremos os seus 45 quilômetros de extensão para levantarmos as ocorrências visíveis da presença e/ou passagem de grupos pré-históricos na região. Surge deste trabalho o livro ‘Serra de Bodopitá: Pesquisas arqueológicas na Paraíba’(2006) que reúne 18 sítios arqueológicos ao longo da Serra, sendo destes 17 de inscrições rupestres e uma necrópole indígena. O destaque da obra é o ineditismo, pela primeira vez na Paraíba, o patrimônio arqueológico de uma região, neste caso a cordilheira de Bodopitá, é sistematizado e enquadrado nas perspectivas teóricas vigentes na pesquisa arqueológica brasileira.

Após a publicação, nos chega através das expedições empreendidas aos municípios de Queimadas e Fagundes, diversas informações de novas ocorrências arqueológicas, prova inconteste de que a obra não encerra o patrimônio pré-histórico da Serra, até porque o que está oculto no sedimento, no subsolo, não foi considerado. Mediante estas novas informações e achados, iremos prospectar estes lugares, sistematizar os dados e certamente publicar uma segunda edição desta obra.

Indicações de leitura:



ALMEIDA, Ruth Trindade de. A Arte Rupestre nos Cariris Velhos, Ed. Universitária/UFPB - João Pessoa – 1979.


AZEVEDO, Carlos Alberto. Arqueologia: Estudos e Pesquisas. Ideia: João Pessoa, 2008.


BRITO, Vanderley de. Arqueologia na Borborema. João Pessoa: JRC Editora, 2008.

MARTIN, Gabriela. Pré- História do Nordeste do Brasil, 4 ª Edição, Ed. Universitária UFPE – Recife – 2005.

OLIVEIRA, Thomas Bruno; ett all. (org). PRÉ-HISTÓRIA: Estudos para a arqueologia da Paraíba. João Pessoa: JRC Editora, 2007.

SANTOS, Juvandi de Souza. Estudando e conhecendo a Pré-História. Campina Grande: EDUEP, 2005.



*Ac. de História UEPB, Sócio da SPA, GEPAHI e IHGC / thomasarqueologia@gmail.com

6 comentários:

Anônimo,  6 de janeiro de 2009 às 10:13  

É muito interessante este trabalho. Dá orgulho de ver.
estou sempre visitando o site e lendo estes artigos aqui. Quando houver livro quero saber para comprar

Anônimo,  6 de janeiro de 2009 às 20:20  

Já ouví falar muito da Pedra do Touro, ela fica nessa serra não é?
Dizem que tá toda pixada... é uma pena. É importante este trabalho de resgate de nosso passado.

Unknown 6 de janeiro de 2009 às 23:13  

Thomas, parabéns pelo trabalho aqui feito, a divulgação científica tem de ser feita. No mais, estarei aqui acompanhando o blog. Mais uma vez, parabéns.

Anônimo,  8 de janeiro de 2009 às 16:41  

O relevância dos estudos sobre arqueologia da Paraíba realisados pela SPA é de grande importancia no que tange a subsidios sobre a tematica para ser trabalhada em sala de aula. Nesse sentido, acompanhar o trabalho que esta sendo realizado por profissionais que acima de tudo são comprometidos com essa area se torna prazeroso. Estou instigada para ver a segunda edição desta obra. Parabéns!!!

Célio Cavalcante 9 de agosto de 2009 às 22:39  

Prezado Dr. Thomas Bruno Oliveira, Saúde Pesquisas e Progresso! Em quanto existem pesquisadores, que defende que o estado do Piauí, foi o precursor do homem naquele estado fazendo os seus hieroglíficos em suas cavernas ou rochedos, a nossa querida Paraíba, insere na verdadeira história das suas pinturas rupestre derdes daquele período do Paleolítico Superior, ou seja, 40.000 a.C. Portanto não só no Piauí, mas em quase todos estado de nossa Federação existe o sinal da internet Pré-histórica das pinturas rupestre. Por Célio Cavalcante (Guardião da Arqueologia) – Forquilha-Ceará.

Anônimo,  30 de novembro de 2012 às 12:59  

É bom saber que à minha cidade possui um museu a céu aberto e que estão explorando.conheço cada pedacinho dessas cerras. principalmente as de queimadas

Leia por assuntos

Boletim da SPA eventos evento Arqueologia Pedra do Ingá IHGP História Patrimônio Vandalismo Lançamento Paleontologia Rev. Tarairiú Campina Grande Centro Histórico João Pessoa Revista Eletrônica Arte IHGC Juvandi Tarairiú Cariri Carlos Azevedo Homenagem Livro Museu Arqueologia Histórica Artigo Diário da Borborema Arquivo Espeleologia História da Paraíba IPHAEP Inscrições Rupestres LABAP MHN UEPB Nivalson Miranda Pesquisas Thomas Bruno Vanderley Arte Rupestre Encontro da SPA Evolução Exposição Fósseis Itacoatiaras Patrimônio Histórico Soledade São João do Cariri UEPB Achado Arqueológico E-book Falecimento IPHAN Missões Palestra Piauí Projetos Queimadas Raul Córdula SBE Semana de Humanidades Serra de Bodopitá UFCG Vale dos Dinossauros Acervo Antropologia Arqueologia Experimental Barra de Santana Boqueirão Brejo Cabaceiras Capitania da Paraíba Cartilha Clerot Cordel Descaso Escavação Estudos Evolutivos FCJA Forte Ingá Itatuba Lagoa Salgada Memórias Natal Niède Guidon Patrimônio Arqueológico Pesquisador Serra da Capivara Serras da Paraíba São João do Tigre UBE-PB USP Uruguai Walter Neves África ALANE ANPAP APA das Onças Amazônia Amélia Couto Antônio Mariano Apodi Araripe Areia Arqueologia Industrial Arqueologia Pública Aula de campo Aziz Ab'Saber Bacia do Prata Belo Monte Biografia Brasil CNPq Camalaú Caraúbas Carta circular Casino Eldorado Cavidade Natural Ceará Cemitério Comadre Florzinha Concurso Cozinhar Cuité Curimataú Curso Curta-metragem Datação Dennis Mota Descoberta Dom Pedro I Dossiê Educação Ambiental Educação Patrimonial Elpídio de Almeida Emancipação política Espaço Cultural Esponja Exumação Falésia do Cabo Branco Fazendas de gado Feira de Campina Grande Fonte Histórica Forte Velho Funai Fórum Permanente Ciência e Cultura Gargaú Geografia Geologia Geopark Guerra dos Bárbaros Guilherme História Viva Hominídeo IHCG IHGRN IPHAN-RN Ipuarana Jesuítas Jornal da Ciência José Octávio Juandi Juciene Apolinário Laboratório Lagoa Pleistocênica Lagoa de Pedra Lajedo de Soledade Linduarte Noronha Litoral Luto MAC Mato Grosso Matéria de TV Memórias do Olhar Mostra Museu Itinerante Ocupação humana Olivedos PROPESQ Paleo Paraíba Pará Pe. Luiz Santiago Pedro Nunes Pernambuco Pilões Pleistoceno Pocinhos Ponto de Cultura Projeto Catálogo Pré-História Pré-História submersa Quilombola Reivindicação Reportagem Revista Rio Paraíba SAB SBP SBPC Santa Luzia Sebo Cultural Seminário Semiárido Seridó Serra Branca Serra Velha Serra da Raposa Serra das Flechas Sertão Sessão Especial Sobrado Sumé São Mamede São Thomé do Sucurú Sócios TAAS Teleférico Terra Tome Ciência Técnicas Cartográficas UEPB Campus III Uol pelo Brasil Zonas arqueológicas caiabis mundurucu usina Índia Índios âmbar

Visitas desde SET 08

Translate

Estatísticas do google 2011

  © Arqueologia da Paraiba

Back to TOP